Introdução

O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu do questionamento sobre até quando os recursos naturais serão suficientes para sustentar o crescente contingente populacional. A Comissão Mundial do Desenvolvimento e Meio Ambiente, em 1987, após realizar vários estudos, definiu esse conceito como: “atender às necessidades da geração presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras de atender as suas próprias necessidades”.
Assim, o desenvolvimento sustentável se tornou uma prioridade nas políticas mundiais de produção de alimentos, materiais e energia [1].
Historicamente, a inserção e crescimento das sacolas plásticas no mercado, substituindo as tradicionais embalagens de papel, teve início na década de 70. Entre as vantagens do plástico pode-se destacar sua leveza, baixo custo, selabilidade sob calor, transparência, flexibilidade, assepsia e capacidade de suportar peso sem romper-se. Dada essas características, as sacolas descartáveis de plástico convencional, denominadas aqui simplesmente de sacolas plásticas, tem função de facilitar o transporte e proteger os produtos, reduzindo o desperdício que tem um fator de impacto significativo no aquecimento global. De acordo com dados apresentados pelo Instituto Sócioambiental dos Plásticos e a Plastivida [2], o impacto decorrente da produção da embalagem plástica é inferior a 20 g de CO2 emitidos para a atmosfera, enquanto 500 g de pão fatiado acondicionados nessa embalagem equivale a mais que 200 g de CO2.
Por outro lado, têm-se os impactos negativos relacionados à vida útil curta e baixa degradabilidade das sacolas plásticas, podendo demorar de 100 a 400 anos para degradar-se no meio ambiente pela ação de raios ultravioletas, umidade e calor; efeito cumulativo; poluição visual devido à disposição nas ruas, parques, praças e ambientes turísticos; entupimentos das vias públicas de drenagem; agravamento dos problemas de chuvas fortes como alagamento, engarrafamentos, etc; interferência negativa na alimentação da vida selvagem; alteração do ecossistema e biodiversidade; foco no crescimento de larvas de mosquitos transmissores de doenças como malária, dengue; etc.
O potencial energético do plástico é maior que da madeira e equivalente ao óleo diesel [21]. Segundo divulgação da Plastivida, uma sacolinha tem energia suficiente para manter uma lâmpada de 60 W acesa por 10 minutos [2].
Recentemente, um estudo comparativo de análise da ecoeficiência entre incineração com recuperação de energia e disposição em aterros, como técnicas de tratamento ou disposição do resíduo sólido urbano (RSU) foi realizado no IPEN [22]. Os resultados obtidos por esse trabalho apontaram a incineração com recuperação de energia como uma alternativa melhor que a disposição em aterros com 65% de eficiência na coleta e tratamento do biogás (flares enclausurados), sendo a etapa de recuperação de energia fundamental para esse resultado.

Justificativa

A Educação Ambiental, deve ser contínua, permanente na Educação Nacional, devendo estar presente em todos os níveis e modalidades do processo de educação formal e não formal. A Educação Ambiental contribui muito para auxiliar o processo educativo, trazendo o envolvimento dos educandos em ações concretas de transformação desta realidade.
Este projeto surgiu com a finalidade de despertar a consciência crítica sobre o descarte apropriado do lixo (tampas plásticas) e a responsabilidade com a vida, bem como os problemas causados pelo acúmulo de lixo no meio ambiente do bairro. Surgindo assim, a necessidade de envolver educadores e alunos. Espera-se também, proporcionar aos professores e alunos informações sobre diferentes alternativas para conciliar a reciclagem do lixo e a promoção de atitudes solidárias.

Objetivos

1. Valorizar a importância do descarte apropriado das tampinhas plásticas, constatando que esta ação beneficiará simultaneamente o meio ambiente e os seres vivos que nele habitam.
2. Identificar a necessidade de reciclagem dos elementos coletados, tornando-se um hábito em suas rotinas.
3. Roda de conversa sobre conceito de reciclagem e sua importância.
Visita pelas ruas do bairro para verificar como comunidade faz o descarte dos materiais recicláveis.
4. Promover a educação ambiental no ambiente escolar, de forma a auxiliar na formação de professores e alunos como multiplicadores da informação para a comunidade.
5. Oficinas e roda de conversa sobre a temática reciclagem e sua importância ambiental e econômica.
6. Integrar os alunos e desenvolver o espírito de solidariedade.
7. Palestras tratando do tema solidariedade e de que forma ela contribui para uma sociedade melhor.

Materiais e Métodos

O projeto será realizado entre os meses de julho a dezembro de 2023, na E.E.B. Romildo Czepanhik, no município de Xanxerê-SC. O projeto será realizado na escola que contempla aproximadamente 300 alunos distribuídos em 2 turnos (matutino e vespertino). E organizados em 13 turmas (7º ano do ensino fundamental à 3º ano do ensino médio). Todas as turmas estarão envolvidas no projeto.
A organização das atividades contempla a coleta de tampinhas de embalagens PET. As embalagens poderão ser trazidas diariamente para a escola, separadas por cor. No ambiente escolar haverá 2 pontos de coletas.
Semanalmente nas quintas-feiras a escola fará a coleta das tampinhas, no período matutino e vespertino e as mesmas serão comercializadas em uma indústria de processamento de plástico do município.
A turma que trouxer mais tampinhas (avaliadas em peso), receberão um período de atividades diferenciadas (com filme e piquenique). O valor arrecadado será utilizado para a compra de materiais escolares destinados as atividades que os alunos necessitarem. As tampinhas deverão vir limpas e separadas.
Deverão ser entregues para a professora Margarete Paholski e Joice Mella em embalagens identificadas com o número da turma.